Pousei a caneta, escrevia á uma hora só pelo prazer de o fazer. Massajei os dedos recarregando as energias para voltar á carga quando um doce aroma perturbou-me a concentração e braços rodearam o meu pescoço e os seus lábios beijaram-me a bochecha. Se todos os dias fosse cumprimentada por ela assim seria feliz e agradeceria por isso. Sentou-se ao meu colo e fitou-me com olhos brilhantes que realçavam o verde que me tirava do serio. Afastei-lhe os cabelos já bastante longos e negros da cara sorri e beijei.a nos lábios. Respirámos e falámos.
- Bom dia - disse.me sonolenta. Ficava tão fofa de manhã.
- Muito bom dia - respondi-lhe. - Tenho só de terminar de escrever as minhas ideias e ja te dou toda a minha atenção pode ser ?
- Ou podias escreve-las depois - fazendo olhinhos irresistíveis.
- Mas depois irei esquecê-las...
- Eu dou-te novas ideias - disse-me com um sorriso matreiro. Antes de poder fugir já ela me beijava o pescoço levando-me a esquecer tudo menos ela. Assustava-me o poder que ela tinha sobre mim como me transtornava.
Levantei-a e levei-a até a cama mas ela fez de propósito que eu perdesse o equilíbrio e caímos no chão, por entre risos e cócegas as nossas expressões foram ficando serias á medida que descontraia-mos uma com a outra. Amava-a tanto que o meu coração queria saltar-me do peito. Naqueles momentos nada mais importava para além dela.
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